22 janeiro 2007

Entrei no novo ano sem vontade nenhuma, não consigo sentir qualquer emoção pela mudança do último número do calendário e a passagem de ano começa a ser tão trivial que nem vale a pena festejá-la. Para mim o ano começa em Setembro e acaba em Julho, o mês de Agosto não existe, sou cada vez mais comercial e cada vez menos sentimental.
Depois há a questão do aborto e da movimentação das pessoas em torno de algo que julgam ser importante, é saudável que hajam causas neste país da treta!
A propósito do assunto fico admirado com a lata e o descaramento dos intervenientes. Estão os defensores do sim a tentar convencer a malta de que tem sido aplicada a lei a quem faz aborto clandestino, quando, a quem e onde é que isso aconteceu? Claro que um juiz no seu juízo perfeito (se é que isso é possivel a esse tipo de gente...) nunca iria proceder a uma condenação infame só porque a lei assim o indica e, além disso, quem abortou já foi naturalmente sujeita a uma penalização pela sua própria consciência, sendo isso já mais do que suficiente. Depois aparecem os defensores do não armados em anjinhos imaculados mas que só pensam no dinheiro que se irá gastar com os abortos (que dinheirinho tão bem empregue se tivesse sido aplicado em tempo a quem teve a ideia...).
Esta malta ainda não percebeu que se fossem honestos poderiam atingir mais e melhores vitórias?
Eu cá penso que vou certamente votar, claro que vou, é um direito aquirido mas é também um dever cívico. Vou votar contra o aproveitamento ignóbil das fragilidades dos outros, contra o encher dos bolsos de quem não tem escrúpulos de viver á conta da infelicidade alheia, contra a injustiça de sujeitar as pessoas à clandestinidade e vou votar a favor dessas pessoas que precisam de apoio, a favor da sua segurança, a favor da sua saúde fisica e mental. Vou votar para minimizar o flagelo de crianças abandonadas à porta das igrejas ou dentro dos caixotes do lixo e penso que há razões mais nobres para exercermos os nossos direitos e deveres de cidadania do que a preocupação pelo dinheiro ou pelo caminho da demagogia.
Vou votar em paz com a minha consciência e de acordo com a minha experiência.
Já volto